Toda perda que é resultado da decisão de descartar alimentos ainda com valor é chamada de desperdício. E esse é um problema existente em todas as esferas, da produção ao consumo, no mundo inteiro.
O Brasil é um dos dez países onde essa prática é constante, de acordo com o relatório mais recente da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. O descarte chega a 30% de tudo o que é produzido para o consumo, gerando prejuízos bilionários por ano.
Deixar produtos vencerem, comprar em excesso ou deixar sobras no prato são exemplos de maus hábitos de consumo que resultam no desperdício de alimentos. É um problema econômico, agropecuário e principalmente cultural, portanto todos têm a obrigação de fazer a sua parte para acabar com o problema.
E quem trabalha com o fornecimento de alimentos – padarias, confeitarias, cafés – precisa estar atento a alguns detalhes que vão fazer a diferença no orçamento e na lucratividade do negócio.
Diferença entre perda e desperdício
Antes de tudo, é preciso que fique claro que existe uma diferença entre esses dois termos.
Quando o descarte não é intencional, ele se chama perda. Ele ocorre quando falta estrutura, como problemas na colheita, armazenamento ou transporte inadequado dos alimentos.
Toda a cadeia produtiva está sujeita à perda, principalmente nos países com infraestrutura inadequada ou precária.
Segundo este relatório publicado em 2019 a perda de alimentos no mundo gira em torno de 14% do total descartado, enquanto o desperdício é de 86%.
Vamos ver alguns exemplos práticos das diferenças entre perda e desperdício:
Perdas
- Falta de adubação;
- Aplicação errada de agroquímicos;
- Manuseio pós-colheita equivocado;
- Condições climáticas desfavoráveis;
- Ausência de tecnologia;
- Transporte e logística inadequadas;
- Embalagens ineficientes na conservação do alimento.
Desperdício
- Alimentos com data de validade vencida;
- Sobras de alimentos em casa, hotéis e restaurantes;
- Má utilização do alimento;
- Produtos fora do padrão comercial estabelecido;
- Maus hábitos culturais da população;
- Confusão nos rótulos;
- Condições inadequadas de armazenamento.
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Agora vamos às dicas para evitar desperdício de alimentos
A dica número 1 parece óbvia, mas na correria do dia a dia ela é muito fácil de ser esquecida: faça uma lista de compras
Deixar para lembrar quando chegar no mercado é a receita para esquecer itens importantes. Você pode até pensar que vai lembrar quando avistar na prateleira, mas na realidade é que no mercado há muita distração e você pode acabar lembrando quando chegar em casa.
Faça a lista em casa, após dar uma olhada da despensa e na geladeira. E anote no mesmo lugar sempre que se lembrar de algo importante.
Dessa forma na hora de fazer as compras você pega apenas os produtos que precisa.
A dica número 2 para evitar o desperdício de alimentos é estar atento à data de validade deles.
Na hora de preparar as receitas, priorize os ingredientes que estão mais próximos do vencimento.
Assim você utiliza logo esses itens e tem um aproveitamento de 100% do seu investimento. O retorno vem quando você
Maior frequência de compras é a dica de número 3 se você deseja evitar o desperdício de alimentos.
Fazer um grande volume de compras por vez parece ser a opção mais adequada nesses casos, certo? Errado!
Principalmente se você constante utiliza produtos perecíveis no preparo de alimentos, como frutas, frios e ovos.
Fazer compras menores e mais frequentes é a melhor alternativa para evitar o desperdício de alimentos. Assim você utiliza seus recursos na totalidade e ainda lucra mais a longo prazo porque não haverá gastos excessivos.
Dica número 4: tenha cuidado com as promoções
Elas são praticamente irresistíveis e o impulso é aproveitar para poder economizar.
Ninguém está dizendo que você deve perder a oportunidade de comprar produtos com ótimos preços.
As promoções só são um perigo se você se empolgar e comprar além do necessário. O desperdício de alimentos é quase uma certeza nesses casos. Portanto, seja prático, lógico e consciente no consumo.
Os produtos precisam ser armazenados corretamente e essa é a dica de número 5 para evitar o desperdício de alimentos.
Isso vale principalmente para os perecíveis, mas não se esqueça que os não-perecíveis também precisam de cuidados para não estragarem.
Um local sujo, úmido, pequeno, mal organizado e com temperatura inadequada é a combinação fatal para estragar os ingredientes. Portanto seja criterioso com o armazenamento e o acondicionamento dos produtos. Assim você garante a validade deles e não amarga prejuízos com mercadoria vencida.
Já pensou em congelar as sobras dos alimentos para evitar o desperdício? A dica de número 6 é usar todo o potencial do seu congelador ou freezer.
Ideal para as situações em que os alimentos frescos estão em risco de estragar ou se foram comprados em quantidade maior que a necessária.
Separamos alguns macetes básicos para evitar o desperdício de alimentos, que servem tanto para o dia a dia da sua casa quanto para quem trabalha com o fornecimento de alimentos prontos para o consumo. Confira abaixo:
- Ao fazer receitas, não altere as quantidades estabelecidas;
- Utilize apenas os ingredientes especificados nas receitas;
- Processos de descongelamento e fermentação precisam ser respeitados;
- Não produzir além da necessidade;
- Atenção aos prazo de validade, tabela nutricional e tara de embalagens;
- Ter controle sobre a despensa ou estoque.
O que você achou das nossas dicas? O desperdício de alimentos é uma consequência da má administração dos recursos e além de prejudicar a sociedade como um todo, também afeta a sua lucratividade. No artigo você viu as implicações legais do problema e algumas maneiras simples de evitar que isso aconteça.
E para se informar mais sobre esse assunto, que tal agora ler sobre Produtos vencidos? Aprenda 3 passos para ter controle de estoque.